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Dor pélvica na gravidez no terceiro trimestre: o que pode ser?

dor pélvica gravidez terceiro trimestre
Última revisão em:
15 de Outubro 2025
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15 de Outubro 2025
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    A dor pélvica no terceiro trimestre é uma das queixas mais frequentes que acompanhamos no Douro Centro Médico. Entre as 28 e as 40 semanas, muitas grávidas descrevem dor ou pressão na região pélvica, com intensidade e características variáveis – desde desconforto ligeiro até dor intensa, por vezes irradiada para as coxas ou região lombar.


    Na maioria dos casos, esta dor resulta de adaptações fisiológicas próprias da gravidez, mas pode também ser um sinal de complicações que exigem atenção médica, como trabalho de parto prematuro ou infeção urinária. Na nossa experiência, uma avaliação clínica individualizada permite distinguir o que é esperado do que necessita de intervenção, garantindo segurança e tranquilidade para mãe e bebé.

    Tópico

    Resumo

    Considerações gerais

    Dor ou pressão na região pélvica no 3.º trimestre; comum mas pode indicar complicações; intensidade variável.

    Possíveis causas

    Relaxamento ligamentar (relaxina); pressão do útero em crescimento; contrações de Braxton Hicks; alterações posturais; trabalho de parto prematuro; infeções urinárias; compressão da veia cava inferior.

    Sintomas associados

    Dor lombar; instabilidade pélvica; formigueiro/dormência nas pernas; obstipação ou pressão retal; urgência e frequência urinária.

    Diagnóstico

    História clínica; exame físico; cardiotocografia; ecografia obstétrica; análises urinárias; avaliação multidisciplinar.

    Complicações se não tratado

    Limitação da mobilidade e do sono; impacto emocional; risco de parto prematuro; disfunção pélvica persistente (raro).

    Tratamento

    Fisioterapia pélvica; cintas de suporte; ajustes posturais; calor ou frio local; exercício de baixo impacto; medicação segura.

    Quando agendar consulta

    Dor súbita ou intensa; sangramento; contrações regulares; perda de líquido; febre; diminuição dos movimentos fetais.

    O que é a dor pélvica no terceiro trimestre de gravidez? (considerações gerais)

    Designamos como dor pélvica no terceiro trimestre qualquer desconforto localizado na região da bacia durante as últimas 12 a 13 semanas da gravidez. Esta dor pode manifestar-se de diferentes formas, envolvendo a parte inferior do abdómen, a região púbica, o períneo ou irradiando para as coxas e para a zona lombar.

    Observamos que cada grávida descreve este desconforto de forma distinta: algumas relatam uma pressão constante, outras referem dores pontuais ou tipo cólica, e há quem descreva a sensação de “ossos a separar” na zona púbica. Esta diversidade de manifestações reflete as múltiplas adaptações do corpo materno nesta fase da gestação.

    Quais as possíveis causas da dor pélvica?

    A dor pélvica no final da gravidez pode ter várias origens. Distinguimos entre causas fisiológicas habituais e situações que exigem avaliação médica.

    Causas fisiológicas habituais

    Estas decorrem de adaptações normais da gravidez e não representam risco na maioria dos casos:

    • Disjunção da sínfise púbica: provocada pela relaxina, que torna as articulações mais móveis;
    • Pressão do útero em crescimento sobre ligamentos, nervos e vasos, agravando ao final do dia;
    • Contrações de Braxton Hicks, irregulares e de curta duração, frequentemente confundidas com trabalho de parto;
    • Alterações posturais pela alteração do centro de gravidade, sobrecarregando a musculatura lombar e pélvica.

    Causas que requerem atenção médica imediata

    Algumas situações confundem-se com dor fisiológica mas exigem vigilância:

    • Trabalho de parto prematuro, com contrações regulares e crescentes antes das 37 semanas;
    • Infeções urinárias, comuns na gravidez e frequentemente subdiagnosticadas;
    • Compressão da veia cava inferior, causando desconforto em decúbito dorsal prolongado.

    Quais os possíveis sintomas relacionados?

    A dor pélvica costuma pode vir acompanhada de outros sinais, como por exemplo:

    • Musculoesqueléticos: dor lombar, dificuldade em caminhar e em subir escadas, instabilidade pélvica;
    • Neurológicos: formigueiro ou dormência nas pernas por compressão do nervo ciático;
    • Digestivos: obstipação, pressão retal ou desconforto ao evacuar;
    • Urinários: urgência, aumento da frequência ou sensação de esvaziamento incompleto.

    Importa ainda salientar que, quando a dor pélvica se associa a sangramento vaginal, perda de líquido amniótico, febre, contrações regulares ou diminuição dos movimentos fetais, deve ser considerada um sinal de alerta e justifica avaliação médica imediata.

    Como é feito o diagnóstico?

    No Douro Centro Médico seguimos uma abordagem integrada:

    • História clínica detalhada com caracterização da dor e impacto no dia a dia;
    • Exame físico incluindo palpação abdominal e, quando necessário, avaliação pélvica;
    • Avaliação fetal com cardiotocografia para distinguir contrações benignas de trabalho de parto;
    • Ecografia obstétrica para avaliar crescimento fetal, líquido amniótico, placenta e colo do útero;
    • Exames laboratoriais dirigidos, sobretudo urina para excluir infeção;
    • Avaliação multidisciplinar, envolvendo fisioterapeutas especializados em saúde pélvica.

    Qual a possível evolução e complicações se não tratada?

    A evolução depende da causa e da resposta individual:

    • Evolução natural: dor tende a intensificar até ao parto e desaparecer após o nascimento;
    • Impacto funcional: limita mobilidade, sono e bem-estar emocional;
    • Complicações raras: disjunção púbica severa com dor intensa e incapacidade funcional, podendo prolongar-se no pós-parto;
    • Risco de parto prematuro: quando associada a contrações regulares não identificadas precocemente;
    • Complicações secundárias: alterações posturais, problemas circulatórios e impacto psicológico.

    Quais os possíveis tratamentos ou formas de aliviar a dor pélvica no terceiro trimestre?

    A abordagem é sempre personalizada, mas combinamos estratégias eficazes:

    • Fisioterapia pélvica para estabilizar a bacia e treinar o pavimento pélvico;
    • Cintas de suporte que aliviam a pressão e melhoram a marcha;
    • Adaptação de atividades diárias: sentar-se para vestir/calçar, rodar o corpo com joelhos juntos, usar almofada entre as pernas ao dormir;
    • Aplicação de calor ou frio: calor na lombar para relaxar, frio na sínfise púbica para dor aguda;
    • Exercício de baixo impacto: hidroginástica, natação, pilates pré-natal, caminhadas;
    • Medicação: paracetamol como primeira escolha; antibióticos adequados em infeções; evitar anti-inflamatórios no 3.º trimestre;
    • Braxton Hicks intensas: hidratação, repouso lateral esquerdo e monitorização.

    A escolha terapêutica deve ser sempre definida após avaliação médica individualizada.

    É possível prevenir?

    Nem sempre conseguimos evitar, mas algumas medidas reduzem o risco:

    • Manter aumento de peso saudável;
    • Praticar exercício regular desde o início da gestação, com foco no core (centro do corpo) e pavimento pélvico;
    • Adotar boa postura ao andar e sentar;
    • Evitar atividades de alto impacto ou movimentos assimétricos.
    FAQs

    Perguntas frequentes

    Nem sempre. Muitas vezes resulta de adaptações fisiológicas, mas pode ser sinal de complicações. Por isso, deve ser valorizada quando surge de forma súbita, intensa ou acompanhada de outros sintomas.

    Aconselhamos avaliação imediata se a dor estiver associada a sangramento vaginal, perda de líquido amniótico, febre, contrações regulares e dolorosas, diminuição dos movimentos fetais ou dor abdominal súbita e intensa.

    Sim. Contrações ritmadas, cada vez mais intensas e próximas, antes das 37 semanas podem corresponder a parto prematuro e justificam observação médica urgente.

    Exercícios de Kegel, alongamentos suaves, inclinação pélvica, exercícios em quatro apoios e caminhadas ligeiras costumam ser úteis. Adaptamos sempre o plano às condições de cada grávida.

    Sim, quando indicada e usada corretamente. É especialmente benéfica em casos de instabilidade pélvica ou disjunção da sínfise púbica.

    A dor fisiológica não interfere com o desenvolvimento fetal. No entanto, quando limita muito a mobilidade ou aumenta o stress materno, pode ter impacto indireto no bem-estar global da gravidez.

    O paracetamol, nas doses recomendadas, é a opção mais segura ao longo da gravidez. Anti-inflamatórios não esteroides devem ser evitados no terceiro trimestre. Qualquer fármaco deve ser prescrito após avaliação médica.

    Na maioria dos casos, sim. No entanto, situações de disjunção púbica severa podem prolongar-se e beneficiar de fisioterapia no pós-parto.

    A dor normal tende a ser gradual, relacionada com posição ou esforço, e melhora com repouso. Já a dor preocupante é súbita, intensa, persistente ou acompanhada de sinais como sangramento, perda de líquido, febre ou diminuição dos movimentos fetais.

    Recomendamos dormir de lado, preferencialmente à esquerda, com almofada entre as pernas e apoio abdominal. Esta posição reduz a pressão sobre estruturas pélvicas e melhora o conforto, evitando o decúbito dorsal prolongado.

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    Av. da Boavista 197, 2ºB, 4050-115 Porto, Portugal

    Aviso médico: A informação apresentada não substitui a avaliação por um obstetra do Douro Centro Médico. Em caso de sintomas ou dúvidas, agende uma consulta.