Rastreio Pré-Eclâmpsia

O que é o rastreio da pré-eclâmpsia e para que serve?
O rastreio da pré-eclâmpsia é um conjunto de exames e avaliações realizados durante o pré-natal com o objetivo de identificar precocemente mulheres com maior risco de desenvolver pré-eclâmpsia.
A pré-eclâmpsia é uma complicação da gravidez caracterizada por hipertensão arterial e outros sinais, como presença de proteínas na urina (proteinúria), e pode trazer sérios riscos à saúde da mãe e do bebé se não for tratada.
O rastreio da pré-eclâmpsia costuma ser realizado no primeiro trimestre da gravidez, e inclui:
1. História Materna:
A avaliação inclui:
- Histórico de pré-eclâmpsia (casos anteriores em gestações ou na família);
- Paridade (número de gestações anteriores);
- Procriação medicamente assistida;
- Diabetes mellitus;
- Etnicidade (mulheres de determinados grupos étnicos podem apresentar maior risco);
- Idades reprodutivas extremas, como menos de 18 anos ou mais de 37 anos.
2. Marcadores Biofísicos:
Esses parâmetros são essenciais para a identificação precoce do risco, e incluem:
- Índice de Massa Corporal (IMC): Um IMC elevado pode estar associado a um risco aumentado de pré-eclâmpsia.
- Pressão Arterial Média (MAP): A média da pressão arterial diastólica e sistólica é usada para detectar variações que podem indicar hipertensão em estágio inicial.
3. Marcadores Ecográficos:
- Índice de Pulsatilidade da Artéria Uterina (uA-PI): Este exame de ultrassonografia Doppler mede o fluxo sanguíneo nas artérias uterinas. Alterações no índice de pulsatilidade podem indicar uma resistência elevada ao fluxo sanguíneo, sugerindo risco de pré-eclâmpsia.
4. Marcadores Bioquímicos:
São realizados testes laboratoriais para medir:
- Proteína A plasmática associada à gravidez (PAPP-A): Níveis reduzidos dessa proteína estão associados a complicações na gravidez, incluindo pré-eclâmpsia.
- Fator de Crescimento Placentar (PlGF): Níveis baixos deste fator de crescimento, que está envolvido no desenvolvimento dos vasos sanguíneos da placenta, também são indicativos de um risco maior de pré-eclâmpsia.
Como é feito o rastreio?
Na secção anterior, referimos o que vai ser avaliado no rastreio da pré-eclâmpsia. Mas o que esperar exatamente no dia do rastreio?
1. Consulta Inicial e Recolha de Informações
Na consulta, o(a) ginecologista vai conversar com a mulher sobre a sua saúde e histórico familiar. Ele vai perguntar sobre gestações anteriores, se alguém na família já teve pré-eclâmpsia, se ela tem diabetes, hipertensão ou se passou por tratamentos para engravidar. Além disso, fatores como idade e etnia também são considerados. Essas perguntas ajudam o(a) médico(a) a entender os fatores de risco individuais.
2. Medição da Pressão Arterial e Peso
Durante a consulta, a pressão arterial será medida, o que é muito importante, já que a pré-eclâmpsia está relacionada com a hipertensão. Além disso, o peso e a altura serão registrados para calcular o Índice de Massa Corporal (IMC).
3. Ultrassom Doppler
Realizará um ultrassom especializado, chamado Doppler das artérias uterinas, para avaliar o fluxo de sangue que vai para o útero. É um exame semelhante ao ultrassom comum, mas focado em verificar se há sinais de risco de pré-eclâmpsia.
4. Exames de Sangue
Será feito um exame de sangue para analisar certos marcadores bioquímicos, como a Proteína A plasmática associada à gravidez (PAPP-A) e o Fator de Crescimento Placentar (PlGF). Esses exames ajudam a detectar sinais de risco de pré-eclâmpsia. O processo é o mesmo de uma coleta de sangue normal, como em qualquer outro exame.
5. Avaliação do Risco
Com todas essas informações — histórico, pressão arterial, resultados do ultrassom e exames de sangue —, o médico vai calcular o risco de a mulher desenvolver pré-eclâmpsia. Se for identificado um risco elevado, ele poderá recomendar medidas preventivas, como o uso de aspirina em baixa dose ou um acompanhamento mais próximo ao longo da gestação.
Para que casos é indicado?
O rastreio da pré-eclâmpsia é recomendado para todas as mulheres grávidas, principalmente no primeiro trimestre da gravidez. No entanto, ele é especialmente importante para mulheres que apresentam fatores de risco que aumentam a probabilidade de desenvolver a condição. Aqui estão os casos em que o rastreio é mais indicado:
1. Histórico de Pré-eclâmpsia
- Mulheres que já tiveram pré-eclâmpsia em uma gravidez anterior estão em maior risco de desenvolver a condição novamente.
2. Hipertensão Arterial Crónica
- Mulheres que têm pressão alta antes da gravidez ou desenvolvem hipertensão no início da gestação são mais propensas a desenvolver pré-eclâmpsia.
3. Doenças Crónicas
- Mulheres com doenças como diabetes mellitus, doenças renais, doenças autoimunes (como lúpus) e outras condições médicas crónicas têm um risco maior de complicações durante a gravidez, incluindo pré-eclâmpsia.
4. História Familiar
- Mulheres cujas mães ou irmãs tiveram pré-eclâmpsia também apresentam um risco aumentado de desenvolver a condição.
5. Procriação Medicamente Assistida
- Mulheres que engravidaram através de técnicas de fertilização in vitro (FIV) ou outros métodos de procriação assistida apresentam um risco maior de pré-eclâmpsia.
6. Gestações Múltiplas
- Mulheres que estão grávidas de gémeos, trigémeos ou mais têm um risco mais elevado de desenvolver pré-eclâmpsia.
7. Obesidade ou IMC Elevado
- Mulheres com índice de massa corporal (IMC) elevado, particularmente acima de 30, têm uma maior probabilidade de desenvolver a condição.
8. Idade Reprodutiva Extrema
- O risco de pré-eclâmpsia é maior em mulheres com menos de 18 anos ou mais de 37 anos.
9. Etnia
- Algumas etnias, como mulheres afrodescendentes, têm um risco maior de desenvolver pré-eclâmpsia em comparação a outros grupos étnicos.
10. Primeira Gravidez
- Mulheres em sua primeira gravidez (primíparas) têm um risco mais alto de pré-eclâmpsia do que aquelas que já tiveram gestações sem essa complicação.
11. Histórico de Complicações na Gravidez
- Mulheres que já tiveram outras complicações na gravidez, como restrição de crescimento intrauterino (RCIU), parto prematuro inexplicável ou morte fetal, podem estar em risco maior de pré-eclâmpsia.
O que deteta?
O rastreio da pré-eclâmpsia tem como objetivo principal identificar precocemente o risco de a gestante desenvolver essa complicação durante a gravidez (pré-eclâmpsia precoce – antes da 34ª semana – ou tardia – após a 34ª semana.

Como se deve preparar para o rastreio?
Não é necessário nenhuma preparação específica para o rastreio da pré-eclâmpsia. Apenas alguns cuidados para garantir a precisão dos resultados:
- Jejum: Normalmente, não é necessário jejum.
- Hidratação: Beba água normalmente antes do exame.
- Medicações: Informe o médico sobre qualquer medicamento que esteja a tomar.
- Evitar certos comportamentos que podem influenciar os resultados: Se possível, evite esforço físico intenso e cafeína antes do exame, pois podem influenciar a pressão arterial.
Acordos para o Rastreio da Pré-eclâmpsia
Dispomos de vários acordos para os exames / rastreios das diferentes especialidades (alguns exemplos abaixo).
SNS
Seguradoras e Planos de Saúde
- Aegon Santander
- Advance Care
- Allianz
- Associação Mutualista Montepio Geral
- Açoreana Seguros
- CGD
- Companhia Portuguesa Seguros Saúde (Médis)
- CTT Médis
- Fidelidade
- Future Healthcare
- Generali
- Groupama
- LOGO Seguros
- Lusitania
- MGEN
- Medicare
- Montepio
- Multicare
- Mudum
- Plano de Saúde Wells
- Real Seguros
- SAD P.S.P.
- SAMS Quadros
- SAMS SBN
- SAMS SIB
- Sãvida
- Seguradoras Unidas
- Tranquilidade
- Victoria
- Entre outras
No momento da marcação, deverá confirmar se o seu seguro / plano de saúde está disponível para o rastreio em questão.
Onde fazer o Rastreio da Pré-eclâmpsia no Porto
Douro Centro Médico
Av. da Boavista 197, 2ºB, 4050-115 Porto, Portugal
Perguntas frequentes
O que é a pré-eclâmpsia?
É uma complicação da gravidez caracterizada por hipertensão arterial e presença de proteínas na urina, que pode causar problemas sérios para a mãe e o bebé.
Em que momento deve ser feito o rastreio da pré-eclâmpsia?
Normalmente, o rastreio é realizado no primeiro trimestre, entre a 11ª e a 14ª semana de gestação.
O rastreio é obrigatório ou opcional?
O rastreio é opcional, mas altamente recomendado, especialmente para gestantes com fatores de risco.
O rastreio da pré-eclâmpsia é doloroso ou invasivo?
Não. O rastreio é feito através de exames de sangue, medições de pressão arterial e, em alguns casos, um ultrassom, todos procedimentos simples e indolores.
Qual é a eficácia do rastreio em prever a pré-eclâmpsia?
O rastreio é eficaz em detectar o risco de pré-eclâmpsia, permitindo identificar cerca de 75-90% dos casos de pré-eclâmpsia precoce.
Há algum efeito colateral associado aos exames do rastreio?
Não. Os exames de sangue e medições são seguros e não causam efeitos colaterais.