Quais os sintomas de um Pólipo Uterino Maligno?
Um pólipo uterino maligno (também conhecido como pólipo endometrial maligno) é uma lesão que se forma no interior do útero, a partir do revestimento do endométrio, e que apresenta características cancerígenas ou pré-cancerígenas.
Embora a maioria dos pólipos uterinos seja benigna, alguns podem apresentar características malignas, especialmente em mulheres na pós-menopausa ou com fatores de risco adicionais.
Identificar precocemente os sintomas associados a um pólipo maligno é essencial para um diagnóstico e tratamento eficazes.
O cancro do colo do útero é o 4º cancro mais frequente na mulher e representa a 3ª causa de morte das mulheres a nível global.
Neste artigo falaremos dos fatores de risco e formas de prevenção (incluindo o rastreio do colo do útero).
Quais são os sintomas mais frequentes de um pólipo uterino maligno?
Embora muitos pólipos benignos não provoquem sintomas, os pólipos malignos ou com potencial maligno costumam apresentar sinais mais evidentes e persistentes. Os principais sintomas incluem:
1. Sangramento vaginal anormal
É o sintoma mais frequente, podendo ocorrer fora do período menstrual, entre os ciclos, após relações sexuais ou na pós-menopausa.
Esse sangramento pode manifestar-se de formas variadas:
- Fora do período menstrual: O sangramento pode surgir em dias inesperados, não relacionados ao ciclo menstrual habitual, e geralmente é irregular. Pode ser leve, como pequenas manchas, ou mais intenso, dependendo do tamanho e da vascularização do pólipo.
- Entre os ciclos menstruais: Conhecido como sangramento intermenstrual, esse tipo de sangramento ocorre entre as menstruações regulares e pode ser um sinal de que há uma lesão no endométrio, como um pólipo, que provoca sangramento devido ao seu tecido anormal e vascularizado.
- Após relações sexuais (sangramento pós-coital): O contato sexual pode causar trauma no pólipo, especialmente se ele estiver localizado no colo do útero, levando a sangramento vermelho vivo. Esse sintoma é importante porque pode indicar a presença de lesões cervicais ou endometriais, incluindo pólipos.
- Na pós-menopausa: Qualquer sangramento vaginal após a menopausa deve ser investigado com atenção, pois o endométrio normalmente está atrófico e não deveria apresentar sangramento. Pólipos uterinos são uma das causas benignas, mas a possibilidade de malignidade deve ser descartada.
2. Dor pélvica ou sensação de pressão no baixo ventre
A dor abdominal ou pélvica pode ser um dos sintomas associados à presença de pólipos uterinos, embora não seja o mais frequente. Quando ocorre, essa dor geralmente se manifesta como cólicas semelhantes às menstruais, podendo variar de intensidade conforme o tamanho, localização e número dos pólipos.
- Intensidade e características: A dor costuma ser descrita como semelhante à de uma cólica menstrual, podendo ser mais intensa em casos de pólipos maiores ou múltiplos. Em alguns casos, a dor pode ser persistente ou surgir durante a menstruação.
- Relação com outros sintomas: A dor abdominal ou pélvica está frequentemente associada a outros sintomas, como aumento do fluxo menstrual, sangramento fora do período menstrual ou após relações sexuais, e dificuldade para engravidar.
- Frequência: Nem todas as mulheres com pólipos uterinos apresentam dor; muitos pólipos são assintomáticos e só são descobertos em exames de rotina.
Em situações mais raras, pólipos grandes podem causar dor mais intensa se ficarem “estrangulados” no colo do útero, levando até à morte do tecido.
3. Corrimento vaginal anormal
Embora o sintoma mais comum dos pólipos uterinos seja o sangramento genital anormal, algumas mulheres podem apresentar corrimento vaginal, que pode ter coloração escura e odor desagradável, especialmente em casos de pólipos maiores ou com necrose.
Esse corrimento ocorre devido à irritação ou inflamação causada pelo pólipo no revestimento do útero, podendo ser mais evidente quando há infecção secundária ou degeneração do tecido do pólipo. Em situações de pólipos malignos, o corrimento pode ser persistente, apresentar odor fétido e, ocasionalmente, estar associado a sangue.
4. Sinais de anemia
A anemia é uma consequência do sangramento excessivo ou prolongado. Quando a perda de sangue é significativa e contínua, o organismo não consegue repor adequadamente os glóbulos vermelhos, levando à redução dos níveis de hemoglobina. Os principais sintomas de anemia incluem:
- Cansaço extremo e fraqueza: A mulher pode sentir-se constantemente cansada, mesmo após repouso adequado, e apresentar dificuldade para realizar atividades do dia a dia.
- Tonturas e sensação de desmaio: A redução do fornecimento de oxigénio ao cérebro pode causar tonturas, sensação de cabeça leve e, em casos mais graves, desmaios.
- Palidez: A pele e as mucosas (como a parte interna das pálpebras) podem ficar mais pálidas devido à diminuição da quantidade de glóbulos vermelhos.
- Falta de ar: A anemia pode provocar sensação de falta de ar ou cansaço ao subir escadas, caminhar ou realizar esforços leves, pois o corpo tenta compensar a menor oxigenação dos tecidos.
5. Espessamento anormal do endométrio
Detetado por ecografia, o espessamento anormal do endométrio é um sinal de alerta, sobretudo na pós-menopausa, pois, neste fase, geralmente, o endométrio é fino.
O espessamento pode indicar a presença de pólipos, hiperplasia endometrial (crescimento excessivo do endométrio) ou até mesmo cancro de endométrio.
Pólipos endometriais podem contribuir para o espessamento do endométrio, pois são formados por tecido endometrial que cresce de maneira localizada e pode alterar a espessura total observada no exame.
Perguntas frequentes
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico de um pólipo uterino maligno exige avaliação médica cuidadosa e exames específicos, como:
- Ecografia transvaginal – que permite visualizar alterações no endométrico;
- Histeroscopia – exame que permite observar diretamente o interior do útero;
- Ressectoscopia do pólipo endometrial;
- Biópsia do endométrio;
- Exame anatomopatológico do pólipo e do endométrio (biópsia) para diagnóstico conclusivo. Pode incluir estudos de biologia molecular ou imuno-histoquímicos se confirmada malignidade;
- Exames complementares de estadiamento se confirmada malignidade: Ressonância magnética, TAC, análises, marcadores tumorais.
Quem tem maior risco de desenvolver um pólipo uterino maligno?
- Mulheres na pós-menopausa: O risco de malignidade em pólipos aumenta significativamente após a menopausa, sobretudo se houver sintomas como hemorragia vaginal.
- Uso prolongado de terapêutica hormonal com estrogénio isolado: O uso de estrogénio sem progesterona, assim como o uso de tamoxifeno (medicação para o cancro da mama), aumenta o risco de alterações malignas no endométrio e nos pólipos.
- Antecedentes de hiperplasia endometrial atípica: Esta condição é considerada pré-maligna e aumenta o risco de transformação maligna dos pólipos.
- História pessoal ou familiar de cancro ginecológico: Síndromes hereditárias, como a síndrome de Lynch, também aumentam o risco.
- Obesidade, diabetes e hipertensão arterial
- Idade avançada (especialmente acima dos 60 anos)
- Nuliparidade (nunca ter tido filhos)
Qual o tratamento para pólipos uterinos malignos?
Se confirmada malignidade e após estadiamento, o tratamento pode incluir:
- Cirurgia – histerectomia (remoção do útero)
- Terapêuticas adjuvantes – quimioterapia ou radioterapia se indicadas, e de acordo com os protocolos institucionais.
Após conclusão do tratamento, a paciente deve ser vigiada para deteção de recorrências, de acordo com os protocolos da instituição.
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