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Ausência de menstruação

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    A ausência da menstruação, conhecida clinicamente como amenorreia, pode surgir de forma pontual ou prolongada, e nem sempre significa algo grave.

    Apesar de a primeira ideia associada à falta de menstruação ser a gravidez, existem várias outras causas possíveis, desde alterações hormonais, mudanças no estilo de vida, até condições de saúde específicas. Por isso, é essencial entender o contexto de cada mulher para perceber se há motivo para preocupação ou não.

    Quais as possíveis causas da falta de menstruação?

    A falta de menstruação pode acontecer em diferentes fases da vida e por motivos diversos. As causas variam consoante se trata de uma ausência temporária ou persistente, e também conforme a idade e historial menstrual da mulher.

    Entre as causas mais frequentes encontram-se:

    • Gravidez, sendo a principal causa em mulheres em idade fértil;
    • Stress físico ou emocional intenso;
    • Alterações hormonais, como problemas da tiróide ou da hipófise;
    • Síndrome dos ovários poliquísticos (SOP);
    • Uso de métodos contracetivos hormonais, especialmente implantes, injeções ou algumas pílulas;
    • Perda de peso acentuada ou distúrbios alimentares;
    • Exercício físico excessivo;
    • Menopausa precoce ou transição para a menopausa (perimenopausa);
    • Interrupção recente da pílula anticoncepcional;
    • Entre outros.

    Cada uma destas causas interfere de forma diferente com o ciclo menstrual, pelo que a avaliação individual é sempre fundamental.

    Quais os possíveis sintomas relacionados?

    A ausência de menstruação pode vir sozinha ou acompanhada de outros sinais que ajudam a perceber o que está a acontecer.

    Alguns sintomas que podem surgir em conjunto com a falta de menstruação:

    • Sensação de inchaço ou tensão abdominal;
    • Dores semelhantes às menstruais, mas sem sangramento;
    • Aumento de oleosidade da pele ou acne (em casos hormonais);
    • Corrimento vaginal claro ou alterado;
    • Alterações de humor, cansaço ou alterações no peso;
    • Sensibilidade mamária;
    • Sintomas de gravidez (como náuseas ou aumento da frequência urinária).

    Estes sinais, avaliados em conjunto com o historial da paciente, orientam a investigação por parte do ginecologista.

    Como é feito o diagnóstico?

    A primeira etapa é perceber há quanto tempo a menstruação está ausente, se já houve episódios semelhantes e quais os fatores que podem estar a influenciar o ciclo.

    Durante a consulta ginecológica, a médica irá:

    • Analisar o histórico menstrual e de saúde geral;
    • Perguntar sobre medicação, stress, alimentação e rotina física;
    • Fazer um exame físico e ginecológico.

    Dependendo do caso, podem ser solicitados exames como:

    • Teste de gravidez (mesmo que não haja outros sintomas);
    • Ecografia pélvica e/ou transvaginal;
    • Análises hormonais (FSH, LH, TSH, prolactina, entre outras);
    • Avaliação dos ovários e do útero por imagem;
    • Entre outros.

    O objetivo é identificar a causa da amenorreia e definir a abordagem mais adequada.

    Qual a possível evolução do sintoma se não tratado?

    A ausência de menstruação pode não representar um risco imediato, mas quando persiste sem explicação ou tratamento, pode levar a outras complicações.

    Se não for acompanhada, a falta de menstruação pode resultar em:

    • Desequilíbrios hormonais prolongados;
    • Risco aumentado de infertilidade (dependendo da causa);
    • Alterações no metabolismo ósseo, como perda de densidade mineral óssea;
    • Irregularidades emocionais ou sintomas psicológicos associados;
    • Progressão de doenças como SOP, endometriose ou problemas tiroideus.

       

    Por isso, mesmo quando não há dor ou desconforto, a ausência prolongada da menstruação não deve ser ignorada, exceto na lactação e nos casos de amenorreia (ausência de menstruação) induzida por toma de pílula contínua, dispositivo intrauterino hormonal ou do implante subcutâneo com hormonas.

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    No Douro Centro Médico

    Av. da Boavista 197, 2ºB, 4050-115 Porto, Portugal

    FAQs

    Perguntas frequentes

    Depende. Se estiver em idade fértil e houver possibilidade de gravidez, deve fazer um teste. Se o teste for negativo e a menstruação continuar ausente, é recomendável consultar um ginecologista para avaliar outras causas.

    Sim, é possível. Após parar a pílula, o organismo pode demorar algumas semanas ou meses a retomar o ciclo natural. No entanto, se a menstruação não voltar após três meses, deve ser avaliado.

    Sim. A síndrome dos ovários poliquísticos pode provocar ausência ou irregularidade menstrual, mesmo sem outros sintomas evidentes. Um diagnóstico adequado exige exames hormonais e ecografia.

    Nem sempre, mas pode ser um sinal de que a ovulação não está a ocorrer. Sem ovulação, a gravidez não é possível. Por isso, é importante investigar a origem da amenorreia.

    O tratamento depende da causa. Pode incluir alterações no estilo de vida, tratamento hormonal, controlo de doenças associadas (como SOP ou distúrbios da tiroide) ou acompanhamento nutricional. A orientação médica é essencial para um plano adequado.

    A ausência de menstruação não provoca aumento de peso diretamente, mas pode estar associada a condições que influenciam o peso corporal.

    Por exemplo:

    • Síndrome dos Ovários Poliquísticos (SOP): além de causar ciclos irregulares ou ausência de menstruação, pode levar ao aumento de peso devido à resistência à insulina e desequilíbrios hormonais;

    • Alterações hormonais (como problemas da tiroide): o hipotiroidismo, por exemplo, pode causar ausência de menstruação e facilitar o aumento de peso;

    • Uso de alguns métodos contracetivos hormonais: podem suspender a menstruação e, em algumas mulheres, causar retenção de líquidos ou alterações no apetite.

    Ou seja, a ausência em si não é a causa, mas pode ser um sintoma de algo maior, que afeta também o metabolismo e o peso.

    A falta de menstruação raramente está relacionada com cancro, mas em alguns casos muito específicos pode ser um sinal indireto de uma condição mais grave.

    Geralmente, a ausência de menstruação está ligada a causas benignas e comuns, como mencionado anteriormente. No entanto, existem situações mais raras onde pode haver ligação com doenças oncológicas, como:

    • Tumores na hipófise ou no hipotálamo (no cérebro), que interferem com a produção das hormonas que regulam o ciclo menstrual;

    • Cancro do ovário, sobretudo em estágios avançados, que pode afetar diretamente o funcionamento hormonal;

    • Cancro do endométrio (revestimento do útero), mais comum em mulheres com ausência prolongada de menstruação associada a obesidade, diabetes ou histórico de anovulação crónica.

    É importante sublinhar que estes casos são muito pouco frequentes, e a ausência de menstruação, por si só, não é um sinal típico de cancro.

    Se houver ausência prolongada da menstruação, principalmente em mulheres que antes tinham ciclos regulares, o ideal é fazer uma avaliação médica para esclarecer a causa.